Cinco
em cada dez brasileiros adultos não frequentaram a escola além do
ensino fundamental, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios Contínua (Pnad Contínua): Educação, divulgados pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta
quinta-feira, 21.
A conta leva em
consideração pessoas de 25 anos ou mais de idade, porque já poderiam ter
concluído o processo regular de escolarização. No Brasil, 51% da
população de 25 anos ou mais de idade possuía o ensino fundamental
completo ou equivalente; 26,3% tinham o ensino médio completo ou
equivalente; e 15,3%, o superior completo.
Em
2016, o número médio de anos de estudo para essa faixa etária foi de
8,0 anos. No Nordeste, apenas 6,7 anos. Com relação à cor ou raça, mais
uma vez a diferença foi considerável, 9,0 anos de estudo para as pessoas
brancas e 7,1 anos para as pessoas de cor preta ou parda.
“As
pessoas brancas historicamente sempre tiveram mais acesso a educação. A
questão do rendimento é muito importante. O rendimento das pessoas
brancas é historicamente muito maior, então eles acabam tendo mais
oportunidade”, justificou Helena Monteiro, analista da Coordenação de
Trabalho e Rendimento do IBGE.
O
Plano Nacional de Educação instituído pela Lei n. 13.005, de 2014,
estabelece como uma das metas para 2024 que a escolaridade média da
população de 18 a 29 anos alcance 12 anos, no mínimo, para alguns grupos
mais vulneráveis, entre eles as pessoas pretas ou pardas e a população
da Região Nordeste. Além disso, a meta estipula a igualdade da
escolaridade média entre as pessoas pretas ou pardas e as pessoas não
pretas ou pardas.
Em 2016, no grupo
de 18 a 29 anos, o número médio de anos de estudo foi de 9,4 anos para a
Região Nordeste e de 9,6 anos para as pessoas pretas ou pardas. Por
outro lado, entre as pessoas brancas de 18 a 29 anos, a média alcançou
11,0 anos de estudo. A Região Sudeste apresentou a maior média de
escolaridade entre as Grandes Regiões, 10,7 anos. “Os dados refletem
muito as diferenças tanto regionais quanto históricas no País”,
ressaltou Marina Aguas, também analista do IBGE.
Quando
o corte etário é ampliado para 25 anos ou mais, as Regiões Norte e
Nordeste registraram os maiores porcentuais de pessoas sem nenhuma
instrução (14,5% e 19,9%, respectivamente). As maiores proporções de
nível superior completo ocorreram nas Regiões Centro-Oeste (17,4%) e
Sudeste (18,6%).
Na Região Nordeste,
52,5% da população não alcançaram o ensino fundamental completo, ao
passo que na Região Sudeste 51,1% tinham pelo menos o ensino médio
completo.
Considerando a cor ou raça,
as diferenças no nível de instrução se mostraram ainda maiores:
enquanto 7,3% das pessoas brancas não tinham instrução, 14,7% das
pessoas pretas ou pardas estavam nesse grupo. No nível superior
completo, ocorreu o fenômeno oposto: 22,2% das pessoas brancas tinham
terminado a graduação, mas entre as pretas ou pardas a proporção era de
8,8%.
MSN
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